Biografia
Nascida
Rita Lee Jones, é a filha mais velha de Charles Fenley Jones (imigrante
norte-americano) e de Romilda Padula (filha de
italianos). Seus pais tiveram outras duas filhas, Mary Lee e Virginia Lee. Rita foi educada no colégio francês paulistano Liceu Pasteur, e hoje fala fluentemente português, inglês, francês, espanhol e italiano. Também chegou a cursar
Comunicação Social na
Universidade de São Paulo em
1967, na mesma turma da atriz
Regina Duarte, mas deixou a universidade durante o primeiro período.
Durante a infância, teve aulas de piano com a musicista clássica
Magdalena Tagliaferro. Na adolescência começa a se apresentar em colégios como componente do
Tulio's trio[2]. Em
1963, forma um conjunto com mais duas garotas, as
Teenage Singers, que participam de shows e de festas colegiais. No ano seguinte elas conhecem um trio masculino,
Wooden faces. Os dois grupos se juntam, formando o
Six Sided Rockers, banda que depois se chamará
O'Seis[3], que chega a gravar um disco compacto com duas músicas. Com a saída de três componentes, sobram Rita, Arnaldo e Sérgio que passam a se chamar
O Konjunto. Por sugestão de
Ronnie Von, o grupo passou a chamar-se
Os Mutantes.
Carreira
Entre
1966 e
1972 foi, com
Arnaldo Baptista e
Sérgio Dias, integrante da banda
Os Mutantes, cantando, tocando
flauta e
percussão, além de performances bissextas no sintetizador, no
banjo e manipulando bizarrices como um gravador portátil (na música
Caminhante Noturno) e uma bomba de dedetização (em
Le Premier Bonheur du Jour) e sendo letrista. Em
1967, a banda acompanhou
Gilberto Gil no III
Festival de Música Popular Brasileira (
TV Record), na apresentação da canção antológica
Domingo no Parque. Rita gravou seis discos com a banda, entre
1968 e
1972, e foi casada com o companheiro de banda, Arnaldo (o divórcio seria assinado somente em
1977).
As suas primeiras influências foram
Elvis Presley,
Neil Sedaka,
Paul Anka, Peter, Paul and Mary,
Ray Charles,
Beatles,
Rolling Stones, mas também escutava musica brasileira como
Cauby Peixoto,
Ângela Maria, Tito Mati e
João Gilberto [3].
Rita gravou dois discos solo, acompanhada dos componentes dos Mutantes.
Build up (
1970), era a trilha sonora de um show que Rita fez exclusivamente para uma edição da Fenit (feira de moda de
São Paulo) - deste disco saiu seu primeiro hit solo,
José.
Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida (
1972), foi lançado com o seu nome pois Os Mutantes já tinham lançado disco naquele ano.
Rita é expulsa dos
Mutantes neste mesmo ano. Ela alega que seus companheiros achavam que ela não tinha o
virtuosismo necessário para tocar o
rock progressivo, novo interesse da banda.
Depois de um curto período de depressão, formou com a amiga
Lúcia Turnbull uma dupla no estilo
glam rock (ou
glitter rock),
As Cilibrinas do Éden[4], cuja única gravação, ao vivo, no festival
Phono 73, foi lançada recentemente, mais de 35 anos depois. Uma das músicas da dupla daria origem ao hit
Shangrilá, em
1980.
Rita e Lúcia desistem da dupla e formam a banda
Tutti Frutti[4]. Rita, além de cantar, tocava
piano,
sintetizador,
gaita e
violão. Conseguem um contrato com a gravadora Som Livre, mas esta exige que o grupo assine como
Rita Lee e Tutti-frutti. Durante a gravação do primeiro disco, Lúcia Turnbull deixa o grupo. Deste disco o hit é
Menino Bonito.
Mas é com o disco
Fruto Proibido, de
1975, que Rita alcança a consagração nacional, com vários sucessos como
Agora só falta você,
Esse tal de roque enrow e especialmente
Ovelha negra[4].
Fruto Proibido torna-se uma espécie de manual para fazer-se rock em
português.
Em
1976, conhece o músico carioca
Roberto de Carvalho e inicia uma parceria musical/amorosa de sucesso, que segue até os dias atuais
[4]. Com ele, Rita dá à luz ao seu primeiro filho, Beto Lee em
1977, seguido por João em
1979, e Antônio em
1981.
Mulher 80
Desde a
década de 1960, quando surgiram os
Festivais de Música Popular Brasileira até o final da
década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos musicais, apresentando novos e conhecidos talentos, eles registravam índices recordes de audiência. Rita Lee participou do especial
Mulher 80 (
Rede Globo,
1979), um desses momentos marcantes da televisão. O programa, dirigido por
Daniel Filho, exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a 'Mulher' e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional.
No fim da década de 70 e durante todos os anos 80, influênciados pela
Disco Music[5], Rita e Roberto emplacam sucesso após sucesso nas paradas. Contudo, Rita ainda passa por intervenções cirúrgicas na época: uma devido a calos nas cordas vocais e outra na face, devido a um acidente de carro.
Depois do rompimento de seu contrato com a
Som Livre, em
1986, Rita dedica-se, com a parceria do amigo escritor
Antonio Bivar, a um programa de
rádio,
Rádio Amador, que escreve e apresenta, adotando o nome Lita Ri, e interpreta vários personagens.
Anos 1990
Em
1991, Rita separa-se temporariamente de Roberto de Carvalho (ao menos profissionalmente) e inicia a bem-sucedida turnê voz-e-violão
Bossa 'n' Roll, seguida do disco
Rita Lee, dedicado a um rock'n'roll mais purista. O casal só viria a dividir o palco novamente em
1995.
Rita teve seu nome envolvido com drogas durante muito tempo. Experimentou
maconha,
mescalina e
LSD no final dos
anos 60, e em agosto de 1976, durante sua primeira gravidez, foi presa por porte de maconha. Na década de 80, interna-se em uma clínica de reabilitação devido a uma combinação de uso de drogas e
stress (já havia sido hospitalizada por estafa no início dos anos 70, e voltou a ser internada pelo mesmo motivo em 2004). Em
1995, pouco antes de abrir o primeiro show dos
Rolling Stones em solo brasileiro, deu entrada no hospital por
overdose, e no ano seguinte, sob efeito de barbitúricos, sofreu uma queda da varanda no segundo andar de seu sítio, esfacelando seu côndilo maxilar e tendo que passar por uma cirurgia para colocação de pinos de titânio. Os médicos teriam dito que, após o acidente, ela jamais voltaria a cantar. Contudo, depois da cirurgia bem-sucedida e diante da possibilidade de retomar sua carreira, Rita teria se comprometido a largar as drogas, o que, segundo uma declaração da cantora ao programa
Fantástico (Rede Globo), só fez totalmente em janeiro de 2006, depois de procurar ajuda em um hospício.
Entre 1986 e 1992, escreveu quatro livros infantis, tendo como protagonista o rato cientista
Dr. Alex. É adepta do
vegetarianismo.
Rita participou das
novelas globais Top Model e
Vamp. Em
Top Model, escrita por
Wálter Negrão e
Antônio Calmon, Rita era Maria Regina, a Belatrix, uma das ex-mulheres do surfista Gaspar, interpretado por
Nuno Leal Maia. Em
Vamp (também escrita por Calmon), Rita era a roqueira-vampira Lita Ree, amiga da protagonista Natasha, personagem de
Cláudia Ohana. Em show fictício, dentro da novela, Cláudia e Rita, Natasha e Lita respectivamente, cantaram juntas o grande sucesso
Doce Vampiro. Rita teve um programa na MTV Brasil em 1991 intitulado "TVLeeZão". Também participou de
Sai de Baixo, em um dos episódios de Natal do programa.
Rita Lee cantou a música de abertura da novela
A Próxima Vítima,
Vítima
Dias atuais
Em
Dezembro de
1996, Rita casa-se legalmente com Roberto de Carvalho, passando a assinar
Rita Lee Jones Carvalho e, em
1998, lança seu
Acústico MTV, sucedido por mais três discos de estúdio,
3001, que tornou um especial de fim de ano na
Rede Bandeirantes. O show apresentou vários hits do novo CD como
Você Vem,
Erva Venenosa e
O Amor Em Pedaços. O especial
3001 contou com as participações de
Caetano Veloso,
Zélia Duncan,
Paula Toller e
Pato Fu. Considerado uma "máquina do tempo musical",
3001 é nomeado como o "Melhor Disco de Rock" no
Grammy Latino de 2001. Logo após o sucesso de
3001, Rita Lee grava um CD com releituras de clássicos dos
Beatles. O CD é lançado como
Aqui, Ali, Em Qualquer Lugar. No exterior o nome é mudado para
Bossa'n Beatles. A roqueira então inicia a turnê
Yê Yê Yê de Bamba, percorrendo todo Brasil e alguns países da
America Latina. Em 2002, passa a co-apresentar o programa de televisão
Saia Justa, no canal pago GNT. Rita já havia tido experiências na área ao comandar o programa
TVLeeZão na
MTV, em 1990.
Em 2003, a cantora grava o CD
Balacobaco pela gravadora
Som Livre. O disco, produzido por
Roberto de Carvalho, é composto por 11 faixas inéditas e é descrito pela crítica como "o melhor disco de Rita Lee nos últimos 10 anos" e transforma-se imediatamente em mais um sucesso na carreira da cantora. Em pouco mais de um mês de lançamento Balacobaco é disco de Ouro. Rita emplaca nas rádios com a música
Amor & Sexo e faz sucesso na novela global
Senhora do Destino com
Tudo Vira Bosta.
Depois do belo, independente e bem sucedido 'Balacobaco', acontece em
São Paulo, em 2004, a gravação do CD e DVD
MTV Ao Vivo, seu 32° disco. Em menos de um mês, Rita Lee recebe Disco de Ouro por esse novo trabalho. O show é composto por 22 músicas, sendo 20 gravadas para o DVD e 14 para o CD. Esse trabalho é também composto por várias músicas inéditas como
Meio Fio,
Quando Te Vejo (The More I See You) e
Coração Babão. Mas
Baila Comigo,
Doce Vampiro,
Caso Sério e
Ovelha Negra entre outros clássicos não foram deixados de fora.
Zélia Duncan e
Pitty são as convidadas especialíssimas de Rita em
Pagu e
Esse Tal de Roque Enrow respectivamente.
De setembro a dezembro de 2005, comandou, ao lado do marido, o
talk-show Madame Lee no canal pago
GNT (
Globosat).
No final de 2005, Rita tornou-se avó pela primeira vez. Sua neta Izabella, filha de Beto Lee, ocupou boa parte do seu ano de 2006. Apesar disso, nesse ano Rita estreou uma mini-turnê que percorreu pequenas cidades de interior e tinha como objetivo testar o repertório da turnê que pretende fazer em 2007 como comemoração aos seus 40 anos de carreira. No especial de
Roberto Carlos da
Rede Globo de 2008, a cantora faz uma participação especial com um "pot pourri" de seus sucessos
Papai Me Empresta o Carro,
Flagra,
Mania de Você e
Baila Comigo.
Em 2008, a cantora se dedicou à turnê
PicNic, fazendo shows pelo Brasil. No início de 2009, é gravado no Rio de Janeiro o CD e DVD
Multishow Ao Vivo, que no mesmo ano é indicado ao
Grammy Latino na categoria de "Melhor Album Pop".
Em 2010, Rita inicia sua nova turnê,
ETC., que estreia em
Belo Horizonte, na qual Rita canta sucessos que ficaram fora de seu repertório por bastante tempo como
Atlântida,
Vírus do Amor e
Luz del Fuego. A cantora também apresenta no show um número em homenagem a
Michael Jackson, com a ajuda de Nikki Goulart, um dublê do cantor. Rita atualmente faz shows pelo Brasil, passando por cidades como
São Paulo,
Porto Alegre e
Rio de Janeiro.
Em Maio de 2010, Rita Lee é convidada pelo diretor global Jorge Fernando para regravar seu sucesso de 1981,
TiTiTi. A musica é atualmente usada na abertura do remake da novela
Ti Ti Ti no horario das 19 horas.
Sucessos
Em seus 40 anos de carreira, Rita Lee gravou vários sucessos que emplacaram nas rádios e tocam até hoje:
Agora Só Falta Você,
Coisas da Vida,
Esse Tal de Roque Enrow,
Menino Bonito,
Ovelha Negra,
Miss Brasil 2000,
Luz del Fuego,
Arrombou a Festa,
Jardins da Babilônia,
Eu e Meu Gato,
Agora é Moda,
Chega Mais,
Mania de Você,
Doce Vampiro,
Lança Perfume,
Saúde,
Flagra,
Ôrra Meu,
Atlântida,
Pega Rapaz,
Bwana,
Obrigado Não,
Erva Venenosa,
Desculpe o Auê,
Pagu,
On The Rocks,
Nem Luxo Nem Lixo,
Vítima,
Papai Me Empresta o Carro,
Mamãe Natureza,
Todas as Mulheres do Mundo,
Cor de Rosa Choque,
Banho de Espuma,
Mutante,
Alô! Alô! Marciano,
Corre-Corre,
Com a Boca No Mundo,
Baila Comigo,
Caso Sério,
Minha Vida (In My Life),
Vírus do Amor,
Perto do Fogo,
Amor e Sexo e
Tudo Vira Bosta .
Além dos inúmeros sucessos que compôs para ela mesma, teve também suas músicas gravadas por artistas renomados, como
João Gilberto,
Caetano Veloso,
Gilberto Gil,
Elis Regina,
Roupa Nova,
Gal Costa,
Maria Bethânia,
Milton Nascimento,
Wanderléa,
Simone,
Ney Matogrosso,
Zizi Possi,
As Frenética,
Daniela Mercury,
Leoni,
Ed Motta,
Arnaldo Brandão,
Wanessa Lulu Santos,
Marisa Monte,
Biquini Cavadão,
Marina Lima,
Zélia Duncan,
Metrô,
Os Fantasmas,
Cássia Eller,
Cídia e Dan,
Paula Toller,
Henri Salvador,
Pato Fu,
Pitty Frank Pourcel,
Paul Mauriat,
Maria Rita,
Gloria Estefan,
Yael Levy,
Marjorie Estiano,
Crika Amorim e
Ná Ozzetti (estas duas fizeram um album tributo somente com a obra de Rita Lee)], entre muitos outros.
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